quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Se estivesse vivo, Caio Fernando Abreu celebraria nesta quarta-feira 70 anos de idade




Caio Fernando Loureiro de Abreu foi um jornalista, dramaturgo e escritor brasileiro. 
Apontado como um dos expoentes de sua geração, a obra de Caio Fernando Abreu, 
escrita num estilo econômico e bem pessoal, 
fala de sexo, de medo, de morte e, principalmente, de angustiante solidão...
Caio Fernando Abreu (1948-1996) foi um escritor, jornalista e dramaturgo brasileiro, considerado um legítimo representante da geração que marcou a cena cultural do país nos anos 80.
Caio Fernando Loureiro de Abreu (1948-1996) nasceu em Santiago do Boqueirão, no interior do Rio Grande do Sul, no dia 12 de setembro de 1948. Com seis anos escreveu seu primeiro texto. Em 1963 mudou-se para Porto Alegre para cursar o colegial. Em 1966 publicou seu primeiro conto “O Príncipe Sapo”, na revista Cláudia. Nesse mesmo ano iniciou seu primeiro romance “Limite Branco”.
Em 1967 ingressou nos cursos de Letras e de Artes Cênicas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mas abandonou ambos. Em 1968 mudou-se para São Paulo para ingressar na primeira redação da revista Veja, após ser selecionado em um concurso nacional. Nessa época, era assíduo frequentador dos bares da moda além de ser amigo do requeiro Cazuza.
No começo dos anos 70, perseguido pela ditadura militar, leva uma vida errante. Em 1971, Caio Fernando Abreu foi morar no Rio de Janeiro onde passou a trabalhar como pesquisador e redator das revistas Manchete e Pais e Filhos. Nesse mesmo ano, retorna para Porto Alegre onde é preso por porte de drogas. Em 1973 se exilou na Europa, morando na Espanha, Suécia, Londres e França, tendo que lavar pratos para se sustentar. Nesse mesmo ano, o livro “O Ovo Apunhalado” (1972) recebe menção honrosa do Prêmio Nacional de Ficção.
Em 1974 volta para Porto Alegre e recomeça sua criação literária. Escreve para o teatro e colabora com diversos veículos de imprensa. Em 1975 o livro "O Ovo Apunhalado" sofre vários cortes da censura e é considerado um dos melhores livros do ano. No ano seguinte trabalha como crítico teatral na Folha da Manhã.

Em 1978 retorna para São Paulo onde trabalha como redator da revista Pop. Em 1981, torna-se editor do semanário Leia Livros. Em 1982 lança Morangos Mofados, sua obra mais popular que o tornou conhecido. Em 1983 está novamente no Rio de Janeiro quando colabora com a revista Isto é. Em 1984, ganha o Prêmio Jabuti com o livro “Triangulo das Águas”, publicado em 1983.
Em 1985, volta para São Paulo onde é editor na revista A-Z. NO ano seguinte trabalha como redator do Caderno 2 do Estado de São Paulo. Em 1989 recebe o Prêmio Moliére, junto com Luiz Artur Nunes, pela peça “A Maldição do Vale Negro” (1988). Em 1990 publica seu último romance “Onde Andará Dulce Veiga?” que em 1991 recebe o Prêmio da APC, de melhor romance do ano. A obra posteriormente foi adaptada para o cinema. Em 1993 passa a escrever crônicas semanais para o Estado de São Paulo.
Em 1994, Caio Fernando Abreu passa três meses na França a convite da Maison des Écrivains Étrangers et des Traducteurs em Saint-Nazaire, onde escreveu a novela “Bien loin de Marienbad”. Em setembro desse mesmo ano escreve em sua coluna semanal do jornal O Estado de São Paulo, uma série de três cartas denominadas “Cartas para Além do Muro”, onde declara ser portador do vírus da AIDS. Retorna para Porto Alegre.
Caio Fernando Abreu escreveu contos, romances, novelas e peças teatrais, sua literatura foi marcada por temas de interesse universal - paz, amor, sexo, solidão, morte – de maneira direta, sem nada de professoral ou solene.
Caio Fernando Abreu faleceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 
no dia 25 de fevereiro de 1996.

Obras de Caio Fernando Abreu

Inventário do Irremediável (1970)
Limite Branco (1971)
O Ovo Apunhalado (1975)
Pedras de Calcutá (1977)
Morangos Mofados (1982)
Triângulo das Águas (1983)
As Frangas (1988)
Mel e Girassóis (1988)
Os Dragões Não Conhecem o Paraíso (1988)
A Maldição do Vale Negro (1988)
Onde Andará Dulce Veiga? (1990)
Ovelhas Negras (1995)
Estranhos Estrangeiros (1996)
Fonte: Google