segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Q U E S E J A D O C E




Que seja doce o dia quando eu abrir as janelas e me lembrar de você. Que sejam doces os finais de tardes, inclusive os de segunda-feira - quando começa a contagem regressiva para o final de semana chegar.Que seja doce a espera pelas mensagens, ligações e e-mails bonitinhos. Que seja (mais do que) doce a voz ao falar no telefone. Que seja doce o seu cheiro. Que seja doce o seu jeito, seus olhares, seu receio. Que seja doce o seu modo de andar, de sentir, de demonstrar afeto. Que sejam doces suas expressões faciais, até o levantar de sobrancelha. Que seja doce a leveza que eu sentirei ao seu lado. Que seja doce a ausência do meu medo. Que seja doce o seu abraço. Que seja doce o modo como você irá segurar na minha mão.





(Caio Fernando Abreu)





“Eu te amei muito. 

Nunca disse, como você também não disse, 

mas acho que você soube. 

Pena que as grandes e as cucas confusas não saibam amar. 

Pena também que a gente se envergonhe de dizer, 

a gente não devia ter vergonha do que é bonito. 

Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, 

e que então tudo vai ser mais claro, 

que não vai mais haver medo nem coisas falsas. 

Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, 

e que precisaria saber para compreender, 

todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. 

São coisas difíceis de serem contadas, 

mais difíceis talvez de serem compreendidas 

se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, 

eu direi delas, caso contrário não será preciso. 

Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: 

eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha 

e tenho — pra você. 

Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, 

como você existe em mim.”





Caio F. Abreu