segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015





“Eu te amei muito. 

Nunca disse, como você também não disse, 

mas acho que você soube. 

Pena que as grandes e as cucas confusas não saibam amar. 

Pena também que a gente se envergonhe de dizer, 

a gente não devia ter vergonha do que é bonito. 

Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, 

e que então tudo vai ser mais claro, 

que não vai mais haver medo nem coisas falsas. 

Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, 

e que precisaria saber para compreender, 

todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. 

São coisas difíceis de serem contadas, 

mais difíceis talvez de serem compreendidas 

se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, 

eu direi delas, caso contrário não será preciso. 

Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: 

eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha 

e tenho — pra você. 

Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, 

como você existe em mim.”





Caio F. Abreu